segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ela sorrirá. Ela irá te confundir, fará sua cabeça girar. Será irônica, mal-educada e desmanchará marcas de batom pela tua pele alva. Desviará os olhos dos seus, te encarará em silêncio, ignorar-te-á. Ela rirá alto, sorrirá de canto, arqueará uma sobrancelha. Instigar-te-á a desvendá-la e nunca o permitirá fazê-lo. As mãos delas encaixar-se-ão perfeitamente nas tuas, mas ela nunca deixará com que tu saibas. Ela não se apaixonará, não se encantará pelo seu sorriso, mas tu o farás. Tu repararás no modo como seus cílios escuros projetam uma leve sombra sobre sua bochecha corada, como seus lábios movem-se ao falar, como a cor dos olhos parece contrastar com a pele clara, como sua risada faz surgir borboletas esvoaçantes em teu estômago, como seus olhos brilham e faíscam e sorriem enquanto ela observa os carros passarem rápidos abaixo de si, na tua varanda, com teu moletom, usando o teu sorriso. Ela terá um coração partido, remendado, um âmago vencido, uma maquiagem borrada, uma alma que só quer viver de presentes, e você a amará. Amará a todas as remendas, as dores, os amores validados, as noites perdidas, os relógios sem horas, o cheiro inerte no pescoço, as marcas de batom, os sons, a respiração, o palpitar desenfreado pelo peito, a complexidade, e foda-se. A amará por querer consertá-la, por querer tornar as remendas em seu peito suficientemente perfeitas para que ela possa respirar. Consertará seus olhos tristes, suas faces, suas manias, suas mentiras. Caçar-lhe-á o olhar em meio à multidão e encontrará tanto de si, tanta complexidade, tanta semelhança, tanta dor, tantas sombras, tantas marcas, tantos remendos, e a amará, simplesmente. Talvez num dia de chuva, quisesse simplesmente entrar na vida dela, fazer amor com ela até que todas as nuvens sumissem do céu da Inglaterra, e foda-se. Talvez só quisesse fazê-la sorrir de verdade, numa manhã de domingo, com a tv desligada, onde nada pareceria pertencer àquele momento, onde toda a quietude seria quebrada por um mundo distante, desconectado, um bebê a chorar no andar de baixo, um carro freando bruscamente, um cachorro latindo. Talvez só quisesse perder-se em meio aos lençóis claros, rasgados, esquecidos. Talvez só quisesse perdê-la e tê-la no chão da sala, no quarto, na cozinha, na rua, no quintal. No coração. Talvez só a amará por tudo que ela não é e por tudo que sempre fingiu ser. 

Ela sorrirá. Ela irá te confundir, fará sua cabeça girar. Será irônica, mal-educada e desmanchará marcas de batom pela tua pele alva. Desviará os olhos dos seus, te encarará em silêncio, ignorar-te-á. Ela rirá alto, sorrirá de canto, arqueará uma sobrancelha. Instigar-te-á a desvendá-la e nunca o permitirá fazê-lo. As mãos delas encaixar-se-ão perfeitamente nas tuas, mas ela nunca deixará com que tu saibas. Ela não se apaixonará, não se encantará pelo seu sorriso, mas tu o farás. Tu repararás no modo como seus cílios escuros projetam uma leve sombra sobre sua bochecha corada, como seus lábios movem-se ao falar, como a cor dos olhos parece contrastar com a pele clara, como sua risada faz surgir borboletas esvoaçantes em teu estômago, como seus olhos brilham e faíscam e sorriem enquanto ela observa os carros passarem rápidos abaixo de si, na tua varanda, com teu moletom, usando o teu sorriso. Ela terá um coração partido, remendado, um âmago vencido, uma maquiagem borrada, uma alma que só quer viver de presentes, e você a amará. Amará a todas as remendas, as dores, os amores validados, as noites perdidas, os relógios sem horas, o cheiro inerte no pescoço, as marcas de batom, os sons, a respiração, o palpitar desenfreado pelo peito, a complexidade, e foda-se. A amará por querer consertá-la, por querer tornar as remendas em seu peito suficientemente perfeitas para que ela possa respirar. Consertará seus olhos tristes, suas faces, suas manias, suas mentiras. Caçar-lhe-á o olhar em meio à multidão e encontrará tanto de si, tanta complexidade, tanta semelhança, tanta dor, tantas sombras, tantas marcas, tantos remendos, e a amará, simplesmente. Talvez num dia de chuva, quisesse simplesmente entrar na vida dela, fazer amor com ela até que todas as nuvens sumissem do céu da Inglaterra, e foda-se. Talvez só quisesse fazê-la sorrir de verdade, numa manhã de domingo, com a tv desligada, onde nada pareceria pertencer àquele momento, onde toda a quietude seria quebrada por um mundo distante, desconectado, um bebê a chorar no andar de baixo, um carro freando bruscamente, um cachorro latindo. Talvez só quisesse perder-se em meio aos lençóis claros, rasgados, esquecidos. Talvez só quisesse perdê-la e tê-la no chão da sala, no quarto, na cozinha, na rua, no quintal. No coração. Talvez só a amará por tudo que ela não é e por tudo que sempre fingiu ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário